Violência psicológica e moral: entenda os tipos, consequências e sinais na vida das mulheres

Psicóloga Tays Dutra

No Brasil e no mundo muitas mulheres vivem sob agressões que silenciam suas emoções e destroem sua autoestima. Dentro da Lei Maria da Penha se enquadram cinco tipos de violência, a física, a sexual, a patrimonial, a psicológica e a moral, as duas últimas não deixam marcas visíveis e muitas mulheres têm dificuldade de identificar que estão sendo violentadas. A psicóloga Tays Dutra explica o que é cada uma delas: “A violência psicológica está relacionada com as mais diversas formas de depreciação, ameaças, rejeição, desrespeito, cobranças, humilhação e punições, que colocam a vítima para satisfazer as necessidades de quem está praticando a violência”, diz Tays.

Já a violência moral afeta a imagem da vítima perante a sociedade. “A violência moral atinge a reputação da vítima e consiste em calúnia, difamação e injúria. É importante lembrar que o agressor, normalmente, tem grande poder de manipulação. A violência moral não deixa de ser uma violência psicológica”, informa a psicóloga.

CONSEQUÊNCIAS

Os dois tipos de violência estão interligados, afinal, as agressões e os prejuízos causados são semelhantes. “Além de causar danos emocionais e comportamentais, essas violência prejudicam o desenvolvimento da mulher como um todo e diminuem a autoestima. Elas também podem gerar ansiedade, depressão, síndrome de pânico, desregular o sono, gerar distúrbios alimentares, entre diversos outros danos. A vítima vai perdendo a luz que tinha diante da vida”, explica a psicóloga.

Não são todas as mulheres que conhecem os seus direitos e identificam que estão em situação de violência. “A vítima, muitas vezes, tem dificuldade em enxergar que está passando por alguma violência e em se afastar do agressor, por isso, é muito importante uma boa rede de apoio e, também, buscar ajuda psicológica, como uma psicoterapia, para trabalhar os danos e desenvolver a força que estava perdida”, fala.

SINAIS

Alguns sinais podem ser notados no comportamento e atitude de mulheres que passam pela violência doméstica. “A Vítima fica em um lugar de submissão, para de fazer coisas que sempre gostou, como hobbies, para de usar roupas que gosta, começa a se isolar e passa a ser uma pessoa controlada pelo agressor e ter dificuldade para tomar decisões próprias, ou seja, perde a autonomia”, finaliza.