Projeto Educação em Cores chega ao fim transformando escolas e comunidades
- Notícias de Dourados

- 24 de set.
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Com cores, diálogo e criatividade, estudantes e comunidades tiveram contato com a arte como ferramenta de aprendizado, inclusão e transformação social

O Projeto Educação em Cores iniciou sua segunda edição em fevereiro e encerrou em setembro, proporcionando arte, reflexão e aprendizado nas cidades de Caarapó, Vicentina, Fátima do Sul, Rio Brilhante, Itaporã, Maracaju, Glória de Dourados e Deodápolis. Durante esses meses, murais foram produzidos em escolas públicas, abordando quatro eixos temáticos: sustentabilidade e meio ambiente, diversidade e igualdade de gênero, a cultura sul-mato-grossense e a relação Brasil/Paraguai, e iniciativas para alcançar a paz mundial.

Somando cores, formas e mensagens que dialogaram com a comunidade escolar. Lumar, de 22 anos, natural de Coxim e morador de Dourados há três anos, participou com o mural intitulado “Um Sonho de Paz”, sobre iniciativas para alcançar a paz mundial. “Senti como se fosse na minha época de escola. Essa arte está acessando lugares que não recebem por falta de incentivo e fica os sorrisos, os abraços e incentivos para que aqueles jovens possam ver a arte como uma possibilidade”.
Ele também destacou o impacto junto aos estudantes e professores. “A felicidade, a curiosidade e a perda do preconceito, mostrando que não é pixação e sim algo maior que pode transformar vidas, o mural trouxe energia, cores vibrantes, para muros que são só verdes sem graça. Tá na hora de liberarem para até os estudantes fazerem da escola mais colorida”.

O artista Henrique Silveira de Sousa, 47 anos, natural de Barra do Piraí (RJ) e morador de Dourados desde 2004, abordou a cultura sul-mato-grossense e a relação Brasil/Paraguai no mural dele. “Foi uma experiência muito boa, gosto muito dessas ações onde o público, nesse caso os alunos, professores e os demais funcionários da escola, acompanham a transformação de um muro monocromático e sem vida, em uma obra de arte. Os comentários, as curiosidades, os elogios e até as críticas são muito importantes, pois nos mostram algo que às vezes não percebemos”.
Sobre o tema abordado, ele explica que é um assunto muito rico. “Música, dança, culinária, costumes, artesanato, literatura e resistência foram alguns dos itens representados em meu mural. Trazendo luz sobre as qualidades dessa linha fronteiriça onde nos encontramos, em detrimento das matérias que saem nos jornais, que relatam sempre o lado sombrio do narcotráfico, contrabando e violência”.

A artista Gislene Brandão, tatuadora, ilustradora e arquiteta, que também integrou o projeto, falou sobre a experiência: “Pude vivenciar de perto como a arte é um processo de aprendizado, expressão e troca. No aspecto pessoal, esse envolvimento me permitiu ampliar minha sensibilidade artística e, sobretudo, fortaleceu a certeza de que a educação e a arte caminham juntas, na construção de uma sociedade mais consciente e plural”.
Ela reforça o impacto social das ações do projeto. “Na minha visão, esse movimento artístico abriu caminhos para crianças e jovens perceberem que todos têm voz e que a arte é uma ferramenta democrática de expressão e diálogo. O projeto transformou os espaços em ambientes mais acolhedores, dialogando com a comunidade escolar, despertando orgulho e senso de pertencimento”.

A idealizadora do projeto, Maria Carolina Ferreira de Souza, também conhecida como Damata, finaliza esta edição do projeto Educação em Cores agradecendo a todos os artistas que se dispuseram a participar. “Foi uma honra ver centenas de pessoas beneficiadas nesta edição pelas obras de Raique Moura, Lumar, Erika Pedraza, Aline de Souza, Ludmilla, Henrique de Souza, Gislene Brandão. Também foi incrível o contato com as escolas que abriram espaço para a arte acolhendo as temáticas. Chegamos ao fim deste momento, mas com a certeza de que virão outras edições”, finaliza.
Fotos: Pedro Caetano
Por: Charles Aparecido DRT 2080/MS








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