O autismo, a surdez e os dois juntos, requerem acompanhamentos de especialistas
Em Dourados, o Instituto Peroma, foi inaugurado no dia 05 de maio de 2020, a clínica que é composta por mais de oitos profissionais, entre eles, psicólogas, pedagogas, neuropsicóloga e neuropsicopedagogas, e agora está se preparando para atender crianças surdas e que apresentam o transtorno do espectro autista (TEA) e outros transtornos. A equipe de reportagem do Notícias de Dourados conversou com a pedagoga e pós-graduada em educação especial, Abba em autismo e neuropsicopedagogia, libras e intérprete, Tamires dos Santos Oliveira, para explicar sobre como os atendimentos acontecerão no município.
“Vamos atender as crianças surdas com o transtorno do espectro autista e outros transtornos, existe muita demanda nessa área na cidade e temos poucos profissionais que possam atender devido ao alto nível de conhecimento e capacitação que exige. Trabalho atualmente na educação e acompanho duas crianças com o perfil e vejo que é necessário muito preparo e uma equipe multidisciplinar para que as crianças possam obter bons resultados”.
Segundo a especialista, iniciar um acompanhamento não é simples, por isso, algumas etapas são fundamentais como criar um vínculo com a criança, entendendo que ela vive no mundo do silêncio. Para os casos de surdez com o TEA é fundamental o acolhimento e materiais concretos e adaptados para trabalhar os estímulos. A proposta do Instituto Peroma para esses atendimentos é proporcionar uma equipe capacitada para desenvolver atividades específicas com cada indivíduo.
“O Peroma Kids será composto por uma equipe de terapeutas, que auxiliam fora do espaço escolar. No município existe uma falta de profissionais intérpretes que sejam habilitados a trabalhar com o TEA. Ao decorrer do ano de 2024 iremos trabalhar com materiais adaptados e espaço sensorial, ou seja, não são materiais comuns. As adaptações têm que ser para o TEA e libras, composto pelas traduções. Esse trabalho associado aos esforços dos pais, da escola e da equipe multidisciplinar faz total diferença na vida desse futuro adulto”, diz Tamires.
A profissional destaca que a criança surda aprende a ler por visualização de sinais, ela vai decorando os sinais das letras e as palavras, diferente da forma tradicional que é por som. O surdo tem a mente limpa e pronta para decorar, pois vive no silêncio. Uma criança que ouve, por exemplo, pode ter a mente sobrecarregada de informações. O surdo ao ser diagnosticado com TEA nesse processo de memorização passa a ter alguns desafios, Tamires revela que ambientes sobrecarregados com vários objetos e imagens podem gerar uma sobrecarga sensorial.
“Estamos adaptando o espaço para atender esse público de forma personalizada com o objetivo de auxiliá-las e prepará-las para o futuro, para o mercado de trabalho e demais atividades da vida. O autismo, a surdez e outros transtornos juntos, requerem acompanhamentos de especialistas que proporcionarão aos indivíduos desenvolver habilidades, para de sua forma, viver em sociedade. E, a compreensão das pessoas sobre o assunto proporciona o entendimento para que a inclusão seja a porta de conexão desse indivíduo com o mundo”, finaliza.
Por: Charles Aparecido
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