Espaço colaborativo que impulsiona a cena cultural fecha as portas
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“Para não alterar a forma como trabalhamos com arte e cultura precisamos fechar a loja” diz Tati Espindola gerente da Como Se LLama

Com uma fachada marcada pela estilosa lhama, a Como se LLama, nasceu em novembro de 2022 como loja colaborativa, na Avenida Presidente Vargas. Em pouco tempo, transformou-se em um polo cultural de Dourados, reunindo artistas, produtores e público em feiras, shows, oficinas e celebrações. Agora, após quase três anos, o espaço fecha as portas, deixando uma lacuna na cena cultural local.
EVENTOS
Foram mais de 100 eventos realizados desde a inauguração da loja. “Fizemos feiras de economia criativa, com bastante vendas e produtores. Uma média de 3 eventos mensais, esses eventos incluem workshops, lançamentos de livros, exposições de arte, shows, noites de karaokê. Realizamos festa de dia dos solteiros no dia dos namorados, de Halloween, o Arraiá da LLama, diversas temáticas foram trabalhadas com ideias criativas”, afirma Tati Espindola fundadora e gestora da Como Se LLama.
O foco das atividades era dar visibilidade a estilos diversos e apoiar artistas que não tinham tanto espaço. “Nós já tivemos eventos de rock, de samba, de hip-hop, pagode e funk. Além da música, tivemos a Feira da LLama e a Feira Brecha - feira de brechó e moda autoral. A Feira AfroCriativo que foi em parceria com a UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), um evento especial ao dia da consciência negra, com uma oficina de turbante, desfile com moda autoral exclusivo com pessoas negras e os expositores também”, relembra a fundadora.
Outro projeto importante foi o LLamArte - Mostra de Artes Visuais, um projeto aprovado pela PNAB (Política Nacional Aldir Blanc). “Realizamos uma oficina de muralismo com 10 pessoas selecionadas através do edital, que participaram junto com o Caio Green, de Campo Grande, que é o artista que fez a nossa fachada. Após a oficina eles grafitaram, cada um no seu estilo, os muros do quintal da loja”, explica Tati Espindola.
ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES
A Como se LLama manteve as atividades até o dia 23 de agosto, mas devido a diversos fatores o espaço teve que ser fechado, o que é uma perda cultural para Dourados. “O motivo final foi o contrato de aluguel do imóvel, que precisa ser renovado agora e por conta de valores, se tornou inviável continuar o nosso projeto da forma como gostaríamos. E para não alterar coisas que são importantes para nós, manter o padrão e a forma como trabalhamos com arte e cultura dentro da loja, decidimos encerrar as atividades”, esclarece Tati Espindola.
Para a gestora do local, esse período com a loja foi de muito aprendizado e percepção da pluralidade e criatividade da população douradense e sul-mato-grossense. “Somos uma cidade com muita riqueza cultural. A Como se LLama e o Bar da LLama me mostraram isso de uma forma muito bonita. Produzimos muita coisa bela, fazemos muita coisa que chega em outros locais, que fomentam esse movimento. A força dos artistas aqui é muito, muito grande mesmo. E espero que melhore cada vez mais, precisa dessa melhora, desse incentivo”, reforça.
A possibilidade de reabertura no futuro não é totalmente descartada, mas no momento as atividades serão pausadas por tempo indeterminado. “Foram muitas memórias lindas que construímos nesse tempo juntos. Mas agora, chegou a hora de fazermos uma pausa. Quero agradecer de todo coração por esses três anos de parceria, amizade e muita troca que aconteceu nesse lugar incrível. Nós fizemos tudo o que podíamos para manter tudo como estava, mas às vezes precisamos de mudanças. Isso não é um fim. Até porque a Como se LLama e o Bar da LLama são feitos de gente, de sonhos, e acreditamos que ainda temos muito para florescer aqui ou em qualquer outro lugar”, finaliza Tati Espindola.
Fotos: Divulgação
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