Doação de órgãos em Dourados supera registrados em 2024
- Notícias de Dourados

- 19 de jun.
- 2 min de leitura
Somente nos primeiros cinco meses do ano foram realizadas cinco captações de órgãos

As estatísticas recentes trazem um alento para Mato Grosso do Sul. Segundo o Ministério da Saúde, até 05 de junho de 2025, o estado registrou 32 transplantes, sendo 7 de rins e 25 de fígados. Contudo, a urgência ainda é grande: 254 pessoas aguardam na lista de espera, com 230 esperando por um rim, 19 por um fígado e 3 por um coração.
Em Dourados, a solidariedade tem se manifestado de forma significativa. Nos primeiros cinco meses deste ano, a cidade já registrou cinco captações de órgãos, um número que supera as quatro captações realizadas em todo o ano de 2024. Essas doações resultaram em 10 rins, que foram encaminhados para São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, e 4 fígados e 10 córneas que permaneceram no estado, dando uma nova chance de vida a diversas pessoas.

ENTENDA COMO A DOAÇÃO ACONTECE
A OPO - Organização de Procura de Órgãos e Tecidos é a instituição responsável por identificar, avaliar e captar órgãos. Mas como todo esse processo funciona? A coordenadora da OPO de Dourados, Ludelça Dorneles, explica que a doação se torna possível apenas em casos de morte encefálica. Isso significa que o cérebro parou de funcionar de forma irreversível, perdendo todas as suas atividades vitais.
Para a confirmação da morte encefálica, são realizados exames clínicos rigorosos, que atestam a ausência de reflexos cerebrais e de atividade respiratória. Além disso, exames complementares como eletroencefalograma e angiograma cerebral são cruciais. É importante ressaltar que o diagnóstico precisa ser confirmado por dois médicos diferentes, que não tenham qualquer envolvimento com a equipe de transplante, garantindo a imparcialidade e a precisão do diagnóstico.
RECUSAS NA DOAÇÃO: MÉDICA E FAMILIAR
Para que a doação seja efetivada, é necessário que os órgãos do potencial doador apresentem condições favoráveis de saúde. “Essa avaliação é feita pela equipe médica, que analisa se os órgãos estão aptos para o transplante. Essa é a chamada recusa médica, quando as condições clínicas do doador inviabilizam a captação”, destaca Ludelça Dorneles.
Além da avaliação médica, a autorização familiar é indispensável. Mesmo que o paciente tenha manifestado em vida o desejo de ser doador, a família precisa consentir. A recusa familiar pode ocorrer por diversos motivos, como o desconhecimento da vontade prévia do paciente, a negação do luto, dúvidas sobre o diagnóstico de morte encefálica e, em alguns casos, crenças religiosas ou culturais que impedem a doação.
CONVERSE SOBRE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
Diante de todas essas informações, fica clara a importância de dialogar abertamente com seus familiares sobre a doação de órgãos. “É fundamental que conversemos com nossos familiares sobre doação de órgãos e avisemos sobre o desejo de ser doador de órgãos, é um ato que salva vidas”, reforça Ludelça Dorneles. Ao manifestar sua vontade em vida, você facilita o processo para seus entes queridos em um momento tão delicado e, o mais importante, oferece a chance de uma nova vida para quem espera.
Por: Elisa Lorini DRT 2228/MS








Comentários