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Diferencie a mentira da mitomania

Entenda que na maioria dos casos de mentira, o indivíduo tem consciência de que está mentindo



A Mitomania, também conhecida como pseudologia fantástica, é um fenômeno psicológico intrigante e muitas vezes desafiador de ser compreendido.


Para trazer luz a essa condição, buscamos informações valiosas com a psicóloga Jussara Pereira Cruz, que compartilhou durante a entrevista, no dia 11 de abril, seu olhar profissional referente ao assunto. 


“Na mitomania, observamos um padrão de comportamento caracterizado por mentiras frequentes e repetitivas, mesmo na ausência de um benefício pessoal óbvio.


Essas mentiras são muitas vezes elaboradas, repletas de detalhes vívidos e convincentes, dificultando a distinção entre verdade e ficção”, explica Jussara.


As raízes da mentira são complexas e multifacetadas, como ressalta a psicóloga: “As causas podem variar desde fatores psicológicos, como baixa autoestima e traumas de infância, até influências sociais, como pressões para ser bem-sucedido ou experiências de abuso”.


Por que as pessoas mentem? “Mentir geralmente surge como uma tentativa de obter algum tipo de vantagem pessoal, seja evitando consequências desagradáveis, seja buscando aprovação social ou mantendo uma autoimagem positiva”. No entanto, as ramificações das mentiras vão muito além dos supostos benefícios. “Os prejuízos são significativos. Eles incluem a perda de confiança, danos aos relacionamentos e até problemas legais”, alerta Jussara. 


Mas quando a mentira se torna problemática? 


Segundo a psicóloga em entrevista ao Jornal Notícias de Dourados, na maioria dos casos de mentira, o indivíduo tem consciência de que está mentindo. Já na compulsão pela mentira, existe a possibilidade de o próprio indivíduo acreditar em suas mentiras, pois com o tempo, a distinção entre realidade e ficção pode se tornar turva, complicando ainda mais a intervenção terapêutica. 


“A mentira se torna um problema ainda maior quando é frequente e difícil de controlar, impactando negativamente a vida do indivíduo e das pessoas ao seu redor”, responde a psicóloga. “Na mitomania, a compulsão pela mentira é tão forte que domina o comportamento da pessoa, levando-a a cenários fantasiosos e defendidos com veemência”, alerta. 


Como ajudar uma pessoa mentirosa? 


Jussara compartilha algumas orientações práticas e compassivas:


social


  • Mantenha a comunicação aberta e empática.

  • Estabeleça confiança e demonstre apoio genuíno.

  • Incentive a busca por ajuda profissional, como terapia cognitivo-comportamental.

  • Eduque-se sobre a condição para melhor compreendê-la e apoiar o indivíduo.

  • Promova a honestidade através do exemplo e estabeleça limites claros.

  • Seja paciente e persistente, entendendo que a mudança leva tempo.


Em suma, compreender e tratar a mitomania é um processo desafiador que vai além da mudança de comportamento e se estende à compreensão e reestruturação dos padrões de pensamento.


A terapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental, pode ser uma ferramenta eficaz no tratamento da mentira. “Essa abordagem ajuda a desafiar e reestruturar as crenças subjacentes que sustentam a mentira, além de desenvolver habilidades de enfrentamento”, finaliza Jussara. 




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