Foram mais de nove horas com diversas atividades realizadas nas Escolas Indígenas Tengatui Marangatu e Guateka
O Programa Institucional UEMS NA COMUNIDADE realizou sua terceira ação neste sábado (24), em Dourados, e recebeu mais de 3 mil durante a ação. As atividades ocorreram na Reserva Indígena de Dourados na Aldeia Jaguapiru e se concentraram nas Escolas Indígenas Tengatui Marangatu e Guateka. Os atendimentos da UEMS e parceiros foram realizados das 8h30 às 17h e no encerramento do evento teve show com o grupo Brô Mc's.
“ Começar o programa aqui em Dourados na Reserva Indígena é reafirmar o compromisso da Universidade junto aos nossos povos originários. A UEMS é pioneira nas políticas de cotas e uma das premissas do UEMS NA COMUNIDADE é estar junto aos nossos, nossa comunidade sul-mato-grossense e junto àquelas populações que a gente considera em situação de vulnerabilidade social. Entendemos que com esse programa reafirmamos esse compromisso junto aos povos originários”, reforça a pró-reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários (PROEC), Profª Dra. Érika Kaneta Ferri.
“ O Programa de Extensão tem a responsabilidade de integrar, de permitir que nossos alunos, que a comunidade acadêmica faça essa interação e integração com as comunidades. É uma devolutiva dos trabalhos que nós fazemos dentro da Universidade. Nossa Universidade é pública e temos essa responsabilidade de devolver o que fazemos dentro da universidade para a população”, explica a coordenadora do UEMS na Comunidade, Profª Dra. Suzana Neves Moreira.
Estiveram presentes na ação dez cursos de graduação da UEMS/Dourados, além dos Centros de Pesquisa, Ensino e Extensão CEPEGRE e Rede de Saberes; Núcleo de Ensino em Línguas (NEL/UEMS), Divisão de Cultura, Esporte e Lazer (DCEL/UEMS); e as equipes da Gerência da UEMS/Dourados, Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários (PROEC), Diretoria de Infraestrutura (DINFRA), Setor de Transporte da UEMS, Assessoria de Cerimonial e de Comunicação Social.
Foram parceiros dessa ação do UEMS NA COMUNIDADE a Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania (SETESCC) por meio da Fundação de Desporto e Lazer de MS (Fundesporte) e da Assessoria de Bem Estar Animal, Prefeitura de Dourados, Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Serviço de Assistência Especializada e Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA), Secretaria de Saúde Indígena (SESAI) e o Hospital de Amor.
“ Eu vim pra ver os meus amigos do Brô MC´s, aí cheguei e vejo aqui essa estrutura, esse evento grandioso. Não tem como medir a importância disso, mas a gente sabe que é muito grandioso!”, conta a visitante do evento, Aline Souza (Kuñataī Yvotyju), acadêmica da UFGD e indígena.
Na cerimônia de abertura estiveram presentes diversas autoridades, entre elas o vice-governador de Mato Grosso do Sul, José Carlos Barbosa. “ É uma satisfação e dá orgulho ver a universidade cumprindo o seu papel. O nosso sonho é ver a Universidade saindo dos umbrais do campus e indo para a comunidade mostrando o que significa ciência, explicar por que se deve estudar, o que muda e o que transforma com o estudo. Penso que trazer o UEMS NA COMUNIDADE aqui para a comunidade indígena com todas essas áreas de cursos da UEMS: matemática, ciências, biologia, saúde, direito, mostra para a população local a importância e a razão da universidade. A UEMS está de parabéns e parabenizo nosso reitor, Laércio, por levar o UEMS NA COMUNIDADE para nossa população nessa manhã tão especial”, finaliza.
Estiveram presentes também as lideranças indígenas das Aldeias Jaguapiru e Bororó. “Eu fico agradecido pela minha comunidade. Porque eu já estou com sessenta anos e nunca vi algo assim aqui dentro está excelente, bonito de ver. Há vinte, trinta anos atrás, era difícil ver o indígena dentro da Universidade, dentro da UEMS, hoje é comum. Pra mim é um prazer tão grande, eu não tenho nem o que falar”, acrescenta o Cacique da Aldeia Jaguapiru, Ramão Fernandes. “ Está sendo importante para comunidade receber esse monte de serviço. Para nós lideranças, para comunidade, ter essa ação da UEMS dentro da nossa Aldeia é de extrema importância, estamos bastante contente com essa parceria da UEMS, e o envolvimento da comunidade também é muito importante”, Alex, vice-capitão Aldeia Bororó.
Foram realizadas atividades nas mais diversas áreas do conhecimento, como: Planetário, visualização de estruturas em microscópios, técnicas para produção de mudas, extração de pigmentos vegetais, usos de drones para estudos de territórios e conscientização ambiental, oficinas de produção de detergentes a partir de reuso de óleo de cozinha, oficinas de reciclagem, brincadeiras de pescaria como forma de sensibilização ambiental e comportamentos saudáveis, atividades de recreação para crianças de 4 a 12 anos, técnicas de compostagem, apresentação de materiais didáticos para ensino de matemática, formas de produção sem agrotóxicos, apresentação de produtos de higiene pessoal contendo extratos de plantas medicinais, conceitos de química aplicados a tratamento de água e identificação de rochas, orientações jurídicas, educação em saúde sobre infecções sexualmente transmissíveis e higiene íntima, grafismos e dança indígena, letramento acadêmico, contação de histórias, brincadeiras tradicionais e apresentação de obras em cartazes, educação em ciência, tecnologia e inovação, espaço para acolhimento, estudos e pesquisas, divulgação das ações do projeto Rede de Saberes Indígenas, divulgação do Núcleo de Ensino de Línguas, roda de conversa com Brô MC´s, oficina de produção de rap e gincanas.
“Eu acho muito interessante estarmos aqui, estarmos inseridos na comunidade indígena, todo mundo junto e misturado, acho que isso é muito importante porque esse é o espírito da UEMS. A Engenharia Ambiental e Sanitária e o Laboratório Lasange trouxeram para o UEMS NA COMUNIDADE o drone e outros equipamentos para sensoriamento remoto no processo de construção civil, além do curso de sabão e outras atividades, como a composteira, pescaria, que é muito importante para o ensino da educação ambiental”, acrescenta a acadêmica Pedrita Regina Soares Souza.
“Trazer a Universidade para dentro da reserva a gente consegue mostrar pra comunidade o desenvolvimento e a importância do acadêmico estar na universidade. Essas ações são importantes para acadêmicos de hoje e quem quer ingressar na UEMS”, explica a acadêmica indígena de Pedagogia e moradora da Aldeia Bororó, Amanda Machado.
“ Ter a nossa comunidade da UEMS aqui hoje é muito importante, nossos professores, técnicos de ensino superior e acadêmicos. Estamos trazendo a ciência para perto das pessoas. Isso ajuda a mostrar que a Universidade não é algo distante, não é um sonho impossível, as pessoas podem sonhar com o ensino superior, é para qualquer pessoa! Hoje iniciamos aqui em Dourados na Reserva Indígena, mas é só o primeiro aqui em Dourados sabemos que existe a demanda para outros bairros e certamente nós iremos ampliar. Temos muito orgulho de estar aqui com o nosso vice-governador, com nossa comunidade acadêmica e com a comunidade indígena, trazendo a ciência e aprendendo também. O UEMS NA COMUNIDADE é uma troca entre nós, que temos o conhecimento científico, e o conhecimento milenar dos povos originários. Tudo o que mais queremos é que o UEMS NA COMUNIDADE possa caminhar pelos 79 municípios do Mato Grosso do Sul. Esse é o nosso sonho, levar ensino, pesquisa e extensão!”, finaliza o Reitor da UEMS, Laércio Alves de Carvalho.
Por: Liziane Zarpelon
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