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Projeto Elaboração de Dicionário Escolar Kaiowá-Kaiowá é lançado para fortalecer a alfabetização indígena

O lançamento oficial do dicionário será realizado em um ato acadêmico festivo, marcado para o dia 31 de outubro de 2024


Este novo dicionário contará com aproximadamente 400 imagens e seus respectivos nomes em kaiowá. Foto: Adriano Paes

A comunidade indígena de Dourados celebra o lançamento do projeto "Elaboração de Dicionário Escolar Kaiowá-Kaiowá", realizado pela Lei Paulo Gustavo, o dicionário é uma iniciativa pioneira voltada para a alfabetização de crianças nas escolas indígenas. O projeto surgiu a partir da experiência de Graciela Chamorro na criação do Dicionário Kaiowá-Português. Embora este dicionário tenha sido bem recebido, não atendia às necessidades específicas das escolas, motivando a criação de um novo dicionário adaptado para o ambiente escolar.


O principal objetivo do projeto é produzir um dicionário específico para alunos do primeiro e segundo ano escolar, com foco na alfabetização em língua kaiowá. Este novo dicionário contará com aproximadamente 400 imagens e seus respectivos nomes em kaiowá, organizados por campos semânticos em sintonia com as áreas de conhecimento das crianças. Além das palavras, o dicionário incluirá textos didáticos para orientar os docentes Kaiowá no uso do material em sala de aula, facilitando o desenvolvimento da escrita.


A equipe do projeto é formada por uma ampla rede de colaboradores, incluindo docentes Kaiowá e Guarani de várias escolas da Reserva Indígena de Dourados e da Terra Indígena Panambizinho, estudantes de linguagem Kaiowá e Guarani da Licenciatura Indígena Teko Arandu/UFGD, falantes não indígenas da língua kaiowá, docentes de Linguística, Ciências Sociais e Educação da UFGD, um dicionarista de línguas indígenas da UFPA, e uma professora de linguística tupi-guarani da UnB. Também integra a equipe uma talentosa desenhista kaiowá, responsável pelas ilustrações do dicionário.


O processo de construção do dicionário tem sido intenso e colaborativo. Oficinas semanais são realizadas com os docentes residentes em Dourados, enquanto oficinas intensivas são organizadas para os estudantes do Teko Arandu que residem em outros municípios. O professor responsável pelo apoio técnico criou um formulário para a coleta de palavras e uma base de dados para armazenar as informações. Além disso, oficinas remotas complementam o trabalho presencial, garantindo a participação ampla da equipe.


O lançamento oficial do dicionário será realizado em um ato acadêmico festivo, marcado para o dia 31 de outubro de 2024. Até lá, a equipe continuará a produzir os desenhos e finalizar os textos, passando por processos rigorosos de checagem tanto no ambiente escolar quanto fora dele. Em setembro, o material será finalizado, e em outubro, além do lançamento, haverá uma exposição das ilustrações e do processo de produção do dicionário.


As organizadoras do projeto prometem entregar um dicionário visual abrangente, cobrindo cerca de 20 campos semânticos, acompanhado de material escrito para orientar os docentes. Esta iniciativa não só fortalece a alfabetização em língua Kaiowá, mas também promove a valorização e preservação da cultura indígena, proporcionando às crianças uma educação mais rica e conectada às suas raízes culturais.


Proponente do projeto, Graciela Chamorro. Foto: Adriano Paes

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