Previsão indica que imunização além de crianças será possível após 2026 devido a desafios na fabricação
A vacinação contra a dengue, atualmente direcionada a crianças entre 10 e 14 anos, enfrenta obstáculos significativos para ampliar seu alcance. Segundo Rivaldo Venâncio da Cunha, secretário adjunto da secretaria de vigilância em saúde e meio ambiente do Ministério da Saúde, a produção limitada do imunizante adia a inclusão de novos grupos até pelo menos 2026. Essa projeção foi feita durante a cerimônia de encerramento do método Wolbachia.
Rivaldo destacou que a capacidade restrita do laboratório em fabricar grandes quantidades da vacina é o principal entrave. Ele explicou que cada frasco contém apenas uma dose única do imunizante, que é liofilizada e precisa ser diluída antes da aplicação, tornando o processo fabril extremamente lento. Essa realidade impede a expectativa de grandes volumes de vacina disponíveis até 2025, comprometendo os planos de expansão da imunização.
Apesar das dificuldades tecnológicas atuais, Rivaldo expressou otimismo quanto à superação desses desafios nos próximos anos. No entanto, ele alertou que o ritmo de produção deve se manter relativamente baixo até pelo menos o primeiro semestre de 2025. A vacina da dengue foi estudada em uma faixa etária de 4 a 29 anos, mas sua distribuição em larga escala só poderá ser realizada após o ano de 2026 devido à escassez de doses disponíveis no mercado.
“No momento, estamos adquirindo tudo o que o laboratório fabrica, porém a oferta é muito limitada. Não é uma questão de falta de vontade do Ministério da Saúde em comprar mais doses, mas sim da incapacidade do fabricante em atender à demanda”, concluiu Rivaldo Venâncio da Cunha.
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