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Foto do escritorNotícias de Dourados

MC Anarandà é rap ancestral, a força e aresistência das mulheres Guarani e Kaiowá



MC Anarandà, Indígena da etnia guarani-kaiowá, Aldeia Guapoy, município de Amambai, Mato Grosso do Sul, é a voz originária e ancestral do Rap. Vivendo na cidade de Dourados para estudar Gestão Ambiental e impulsionar sua carreira como atriz, professora de Guarani e Digital Influencer, a jovem compõe suas rimas com base na realidade vivida pelas mulheres indígenas.


Anarandà é atriz e realiza shows e palestras, sempre falando do seu trabalho musical, ancestralidade, resistência às dificuldades dos povos indígenas, mas também do talento que existe nas comunidades tradicionais. Sua carreira iniciou em um festival de música em Amambai, em que conquistou o terceiro lugar representando a cultura hip hop. Depois não parou, já integrou o grupo Refletir MC's, mas decidiu por seguir carreira solo.


Suas composições têm cunho social, revolucionário de resistência e força feminina em vários aspectos, retratando, por exemplo, a violência sofrida pelas mulheres, como na música Feminicídio, que tem seu videoclipe de estreia contemplado pela Lei Aldir Blanc em 2020, material que tem colaborado na divulgação do seu trabalho e mostrando um pouco do seu lugar, como as casas de rezas tradicionais dos povos guarani e kaiowá. Seu trabalho e talento conduzem a empoderar as mulheres indígenas a denunciarem as mais diversas formas de violência.


Anarandà é a voz amplificada de combate à violência de gênero e também apontou caminhos para abordar outro drama: o do preconceito étnico-racial. “Canto rap porque é algo muito realista. Ele conecta as pessoas. O rap traz muita reflexão sobre a realidade, a vida e a forma de viver, principalmente dos povos tradicionais. Só por meio do rap nós mulheres indígenas somos ouvidas de verdade”, afirma a cantora.


Alguns dirão que o hip hop está distante das comunidades tradicionais, porém há uma ascensão considerável deste gênero agregador, e cada dia mais jovens se interessam. E nesta proposta Anarandà traz a ancestralidade, os anciãos, incorporando instrumentos e sons tradicionais. Outro aspecto bem interessante para os não-falantes da língua tradicional é observar como o Guarani é harmonicamente rimado, como existe uma conexão das palavras com o ritmo. Preparando seu primeiro disco, que deve vir com dez faixas e robusto com arranjos profissionais, e muitos sons ancestrais, Anarandà traz em especial seu lugar originário, a natureza, as lutas diárias e o protagonismo da mulher indígena na música, na arte e na língua, pois as músicas trazem ainda o Baraká e o Takapu, e cantos de rezas em coro com base sólidas e harmônicas. Anarandà é música moderna ancestral, mulher forte guerreira que ecoa o grito de muitas outras através de suas letras e sons.


Agenda


13/10 – FEIRA DA MÚSICA – Campã Cultural

Local Armazém Cultural Campo Grande

25/11 – Assembleia da Kuñangue Aty Guassu

Local Nhanderu MARANGATU Cedro

27/11 – Som da Concha

Local Concha Acústica Helena Meireles Campo Grande.

Confira o videoclipe da canção Feminicídio:


Texto: Assessoria

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