Esses episódios trágicos reforçam a necessidade de ações efetivas e contínuas para combater a violência de gênero

No mês que antecede o Dia Internacional da Mulher, Mato Grosso do Sul enfrentou uma realidade alarmante: cinco feminicídios registrados apenas em fevereiro de 2025. Este dado evidencia a persistente desigualdade de gênero e a violência sistêmica contra as mulheres em nossa sociedade.
Recentemente, o Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou o relatório “Revisão de Políticas Públicas para Equidade de Gênero e Direitos das Mulheres”, que analisa três décadas de iniciativas no Brasil.
Embora tenham ocorrido avanços significativos, o documento destaca retrocessos preocupantes, especialmente na execução de políticas públicas destinadas às mulheres. Entre 2019 e 2022, dos R$ 68,22 milhões autorizados para o enfrentamento da violência contra a mulher, apenas R$ 35,34 milhões (51,8%) foram efetivamente utilizados.
Em Dourados, a Câmara Municipal mantém a “Sala Rosa”, um espaço dedicado ao acolhimento de mulheres vítimas de violência e discriminação. Localizada na Avenida Marcelino Pires, 3.600 (anexo ao Shopping Avenida Center).
A Sala Rosa funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h, oferecendo suporte e encaminhamento aos órgãos competentes. Recentemente, o espaço ampliou suas atividades, tornando-se também um ponto de coleta de doações para mulheres em situação de vulnerabilidade
Os casos registrados em fevereiro são alarmantes:
04 de fevereiro, Caarapó: Karina Corim, 29 anos, foi assassinada com tiros na cabeça pelo ex-marido, Renan Dantas Valenzuela. A amiga dela, Aline Rodrigues, 30 anos, também foi morta no local.
12 de fevereiro, Campo Grande: Vanessa Ricarte, 42 anos, foi esfaqueada pelo companheiro, Caio Nascimento.
18 de fevereiro, Dourados: Juliana Domingues, 28 anos, foi atacada com golpes de facão pelo companheiro, Wilson Garcia, na presença do filho de 8 anos.
22 de fevereiro, Águas Claras: Mirieli Santos, 26 anos, foi morta a tiros pelo ex-marido, Fausto Junior Aparecido de Oliveira.
24 de fevereiro, Juti: Emiliana Mendes, 65 anos, foi asfixiada pelo companheiro, Vanderson dos Santos Carneiro.
Esses episódios trágicos reforçam a necessidade de ações efetivas e contínuas para combater a violência de gênero. A sociedade deve se mobilizar para promover a igualdade, garantir a aplicação rigorosa das leis e oferecer suporte adequado às vítimas. Somente assim poderemos aspirar a um futuro onde as mulheres vivam sem medo e com plena dignidade.
Mulheres que se encontram em situação de violência podem buscar ajuda por meio de diversos canais oficiais. O telefone 190 da Polícia Militar deve ser acionado em casos de emergência. Para denúncias e orientações, o Ligue 180 funciona 24 horas por dia, garantindo atendimento sigiloso.
Por: Elisa Lorini DRT 2228/MS
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