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Foto do escritorNotícias de Dourados

Casulo - Espaço de Cultura e Arte realiza a primeira rodada do II Festival de Música Indígena em Do

Dias 18 e 19 de agosto palestra, apresentações de música, dança, oficinas e feira de artigos indígenas. Entrada gratuita

Foto: Divulgação

O Casulo realizará nesta sexta e sábado, a primeira etapa do II Festival de Música Indígena. O Festival de Música Indígena se insere no campo da Arte Resistência. As artes resistências [r-existências] são formas de existir enfrentando o avanço predatório das culturas hegemônicas, tentando preservar, desenvolver e reinventar as formas de existir invisibilizadas, nas encruzilhadas das trajetórias dos povos e grupos considerados periféricos. Essas expressões artístico culturais de r-existências abrem fendas nas grossas paredes de instituições neocoloniais dominadoras e se mostram questionando o status quo. O festival segue essa linha de pensamento e, como tal, se propõe a oportunizar experiências de inclusão, intercâmbio, encontro, fortalecimento, diálogo e consciência dos desafios.


Neste II Festival organizado pelo Casulo, a Inclusão se concretiza como Inclusão geracional, pois participam dela crianças, jovens, pessoas adultas e anciãs; como inclusão dos diversos gêneros musicais cultivados pelas gerações mais velhas e pelas mais jovens, em suas línguas tradicionais e em português, com seus instrumentos típicos e com instrumentos conhecidos no contato; como inclusão das diversas formas de arte, produções literárias em línguas indígenas e em português.


O festival se propõe oportunizar intercâmbio cultural de diversas etnias e diversos artistas e agentes culturais indígenas com pessoas, artistas e agentes culturais não indígenas, para que haja um reconhecimento mútuo das expressões culturais, artísticas e filosóficas das populações indígenas e das pessoas não indígenas, como um bem que diz respeito a todos e todas.


O fortalecimento das pessoas que agenciam cultura e arte indígena é fundamental para a arte resistência. Fortalecer significa destacar e reconhecer o trabalho das mestras e dos mestres tradicionais, assim como das mestras e dos mestres mais jovens, divulgar seus trabalhos, refletir sobre os temas pertinentes a essas pessoas, a seus trabalhos, a seus grupos, a seus povos e à sua arte r-existência. O fortalecimento, às vezes, requer a aliança com a aliança indígena - não indígena, que esperamos propiciar com o intercâmbio.


Participam dessa rodada grupos musicais de comunidades indígenas de Amambai, Maracaju, Japorã e Itaguaçu, sendo este último um grupo kaiowá do Paraguai. Além destes grupos, se apresentará também uma artista solo de Porto Lindo, além dos indígenas de Dourados Marin, Discreto e Vidal e o Grupo de Teatro Nhande nhe’e. O público poderá presenciar e participar dos cantos e das danças. Segundo Graciela Chamorro, presidenta da Associação Cultural Casulo “A música e o encontro é muito importante para os Kaiowá e os Guarani, fazendo este Festival, estamos valorizando sua arte e sua cultura, dizendo-lhes que vale a pena continuar a luta por direitos, e que o direito a produzir e compartilhar sua cultura é um dos mais importantes.”


Até o momento, o projeto conta com o apoio do Cebi, LEPHI/UFGD, Secretaria de Cultura da Prefeitura de Maracaju, Secretaria Municipal de Assuntos Indígenas da Prefeitura de Amambai, Prefeitura de Japorã e contribuição de amigas e amigos do Casulo.


Faz parte da ficha técnica do projeto: Direção geral: Graciela Chamorro, Gestão e produção: Júlia Aissa, Produção técnica: Adriano Paes, Maíra Procópio.


Para mais informações acompanhem as redes sociais: @casulodourados e www.facebook.com/casuloarte

II FESTIVAL DE MÚSICA INDÍGENA – 1ª rodada em Dourados


PROGRAMAÇÃO


18/08 sexta


Casulo - Caixa de Barro


:: 19H - Abertura: Apresentação Grupo Nhande nhe’e (Aldeia Jaguapiru)


Nhande nhe’ẽ é um grupo de teatro de jovens indígenas Guarani kaiowá que conta em cena a realidade dos povos indígenas que residem em áreas de retomada. As áreas de retomada são as áreas de conflito onde indígenas lutam pela demarcação de suas terras. O grupo usa de técnicas teatrais para contar como denúncia, tipos de violências que seus povos sofrem nessas regiões. Ficha técnica: ELENCO: Vitor Daniel Reginaldo Ribeiro, Geovana Reginaldo Ribeiro, Clarkson Thalles, Luzinete Duarte, Ana Kemily Reginaldo Veron, Miclael, Natanael, Jadi Reginaldo Ribeiro, Tato Ray Reginaldo Veron, Samir Daniel Reginaldo Ribeiro, Evelym Myrela de Souza Santos FOTOGRAFIA: Crislankerolin Benitez Souza DIREÇÃO: Jadi Reginaldo Ribeiro


:: 19h30 - Pupa Filosófica: LÍNGUA DE SINAIS INDÍGENAS EM ALDEIAS DE DOURADOS - PERSPECTIVAS E VIVÊNCIAS | com Jéssica Frany (Aldeia Jaguapiru)


“Meu nome é Jessica Pedro Francisco sou surda indígena da etnia Terena, faço graduação na UFGD curso de Licenciatura Letras/Libras estou em formação. Já fiz palestra workshop de Libras com indígenas surdas, com os temas: ‘Sou Indígena Surda. Como é a minha vida na comunidade indígena?’ e ‘A dança da minha vida na aldeia: cultura e identidade surda.’ Faço parte do GT de Língua de Sinais do Brasil, através do GT estou conhecendo parentes surdos e ouvintes de vários estados brasileiros, aprendendo, adquirindo conhecimentos com meus parentes.”


Mediador Felipe Sampaio: Tradutor/intérprete de Libras e produtor inclusivo. Fundador da COMUNIQUE ACESSIBILIDADE, membro e parceiro do GT de Língua de Sinais Indígenas, trabalha com produção acessível e tradução/interpretação em Libras na área cultural há mais de 4 anos. Possui alguns cursos técnicos culturais e acessibilidade como: acessibilidade em espaços de uso público no Brasil, Fotografia e Audiovisual para produção de Janelas de Libras, Acessibilidade na Comunicação, Introdução a Audiodescrição, entre outros.


Casulo - Sala Amarela


:: 20h - Abertura EXPOSIÇÃO ARTES VISUAIS | com Casilda Martinez (artista plástica surda).


Nascida na região de Porto Murtinho, Casilda Martinez passou grande parte de sua infância em contato com a natureza. Filha de pais que trabalhavam no campo, nunca teve incentivo quanto à arte, mas vivia cantando e subindo em árvores e sempre curiosa, gostava de observar os animais da região, tanto domésticos como silvestres. Até que um dia logo após completar 3 anos de idade em uma dessas observações e catando flores às margens do Rio Paraguai leva um susto ao ver porcos selvagens. Esse acontecimento provocou um ataque de pânico, fazendo com que Casilda não conseguisse mais falar. Seus pais não sabiam lidar com a situação e na época o acesso à cidade era feito através de barco ou a cavalo, esse fato fez com que ela perdesse a voz. Quando completa maior idade, já morando na cidade região de Bela Vista inicia os trabalhos com a arte estampando camisetas. No final dos anos 80 inicia seus trabalhos com a pintura, confeccionando e preparando suas próprias telas, a arte serve como ferramenta para comunicação sua primeira tela pintada a óleo foi um São Jorge depois da primeira venda viu uma grande saída e não parou mais. Foi através da arte que Casilda conquistou seu espaço e pôde se comunicar, sensibilizando as pessoas com o seu olhar artístico que reflete muito a maternidade indígena, a força e determinação de mulheres indígenas, gosta também de retratar paisagens e animais do pantanal, com certeza sua maior influência é a natureza. Hoje com 56 anos se dedica mais à costura, atividade que sempre gostou de realizar.


:: 20h30 | Marin, Discreto e Vidal


Marin da etnia Terena e Discreto da etnia Kaiowa apresentarão um pouco da sua arte musical que é o rap e suas vertentes. Visando rimas que espelham realidades duras, terão um convidado direto da Vila Industrial, chamado Vidau e que faz parte de seu grupo musical "Odiados", totalmente dispostos a oferecer as frequências mais sujas e um belo toque de verdade.


19/08 SÁBADO

CASULO - CAIXA DE BARRO

:: 14h30 - OFICINA DE DANÇA | ministrada pelo Grupo de Dança Arandu do Tekoha Guapo’y – Amambai com jovens indígenas da aldeia Bororó e Jaguapiru de Dourados, de Sukuriy - Maracaju, das retomadas de Dourados, de Pirajuy - Paranhos, e não indígenas.


CASULO - JARDIM

:: 16h - OFICINA DE TECELAGEM com Grupo Pai Tavyterã - Aldeia Itaguasu - Paraguai

:: 17h30 - Apresentação do Grupo de Canto e Dança do Tekoha Sukuriy – Maracaju

:: 18h - Apresentação Grupo Pai Tavyverã - Aldeia Itaguasu - Paraguai

:: 18h30 - Apresentação Grupo de Dança Arandu do Tekoha Guapo’y – Amambai

:: 19h – Apresentação Grupo Mboraéi de Pirajui - Paranhos


:: 16h - 19h | EXPOSIÇÕES

Jardim | ARTESANATO INDÍGENA | com peças da comunidade Paí Tavyterã e das demais etnias presentes.

Sala Amarela | ARTES VISUAIS | com Casilda Martinez.


Serviço

. Dia 18 de agosto - das 19h às 20h30

. Dia 19 de agosto - das 14h30 às 20h30

Entrada gratuita

Endereço: Rua Reinaldo Bianchi, 398 - Parque Alvorada, Dourados - MS, 79823-381, Telefone/Whatsapp: +55 67 99870-0269 e 99866 5515


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